Segurança é apontada como o principal motivo da decisão, mas empresa considerou também outros fatores, como os altos custos, o retorno aos investimentos e os bons resultados obtidos com estratégia focada em eventos e conteúdo digitais
Por Gabriel Cortez,
Jornalista do conselho editorial do Top C-Level
A Avid anunciou publicamente, no último dia 10 de fevereiro, que não irá expor nas maiores feiras de produtos e serviços do setor de Mídia e Entretenimento em 2022, incluindo a NAB, o IBC e a NAMM. A decisão é motivada por questões de segurança, de acordo com Jeff Rosica, CEO da companhia, em meio às incertezas trazidas por novas variantes da Covid-19. Os altos investimentos e a necessidade de grandes retornos com as feiras também pesaram, explicou o executivo, em entrevista concedida ao jornalista Phil Kurz, publicada no portal TV Tech e traduzida pela equipe editorial da Revista Top C-Level.
“Temos que tomar essas decisões com bastante antecedência. Vamos torcer para que essa onda atual de Covid-Ômicron seja breve, mas, toda vez que pensamos que uma onda acaba, vem outra. Precisamos garantir que nosso pessoal esteja seguro e as equipes estejam seguras. Mas também o ROI [Return Of Investment] é fundamental; essas grandes feiras são despesas enormes. Não quero ver acontecer à nossa indústria o que vimos acontecer na CES. Foi um show muito difícil. Nós nos preocupamos se conseguiríamos levar todos para lá com segurança e também com o atendimento ao público”, disse.
“Heavy content, heavy digital”
A alternativa para 2022, segundo Rosica, será o reforço de parcerias e produções de conteúdos digitais. “Para 2022, vamos fazer o que aprendemos ao longo de 2020 e 2021 e continuar nos apoiando fortemente no conteúdo. Quase triplicamos nossa produção de conteúdo e provavelmente duplicaremos ou quadruplicaremos este ano. Vamos levar nosso show para a estrada. Iremos de cidade em cidade ao longo do ano – desde que seja seguro e as regras locais permitam que as pessoas se unam e se envolvam. Achamos que é uma abordagem mais segura e que pode garantir um bom resultado para a Avid e nossos clientes que desejam se reunir e se encontrar.”
“Acreditamos muito no valor da NAB, do IBC e de feiras como a NAMM. Faremos parceria com eles e faremos o máximo que pudermos com eles, mas adiaremos qualquer uma das maiores feiras até 2023. Voltaremos com investimentos consideráveis nesses shows, mas não será como antes do Covid, porque aprendemos a trabalhar com mais eventos virtuais e digitais”, concluiu.
Mix de marketing permanente
Os clientes realmente gostam do fato de terem mais conteúdos disponíveis para acessar, de acordo com Jeff Rosica, e isso deverá impactar nas estratégias de marketing permanente da companhia nos próximos anos.
“Nem todos podem ir ao NAB ou IBC, mas todos podem acessar um vídeo. Todos podem acessar um evento virtual e mais pessoas podem acessar eventos locais. Quanto a um mix de marketing permanente, gastaremos um pouco menos nas grandes feiras quando voltarmos a elas e continuaremos gastando muito mais em marketing de conteúdo e marketing digital, incluindo eventos virtuais. Também faremos muito mais em eventos presenciais e localizados em Tóquio, Londres, Paris e Nova York – nas áreas onde muitos de nossos clientes estão.”
O executivo contou ainda que a Avid está investindo na renovação de seu Centro de Experiência do Cliente. “Estamos modernizando e investindo não apenas para trazer as pessoas aqui fisicamente, mas também para fazer muito mais virtualmente daqui. É um investimento muito grande – próximo ao custo do NAB”, lembrou.
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