Digitalização e Próxima Geração de TV Digital

Por José Roberto Elias, Sócio Diretor da IFTX

O término da última fase da digitalização de TV no país está previsto para 2023. Percebe-se, desde já, um movimento das emissoras para efetivarem as implantações remanescentes visando o atingimento do prazo e garantindo a presença da TV aberta em municípios não cobertos pelas etapas iniciais. O Ministério das Comunicações vem promovendo ações de incentivo à expansão dos serviços a municípios menores e desprovidos de condições próprias para receberem acesso à recepção de TV digital, garantindo a inclusão dentro das possibilidades existentes.

Da mesma maneira, segue a migração AM-FM, com radiodifusores contemplados com canais outorgados, alguns em faixa estendida, objetivando equacionar o equilíbrio dos negócios desse setor, igualmente prejudicado pela pandemia que afetou a todos. Ao mesmo tempo, é necessário investir em novos sistemas transmissores e antenas, além de realizar “upgrades” em estúdios e garantir a qualidade de áudio exigida pela modulação FM.

Fornecedores e empresários do setor, além da constante reinvenção das empresas com eficiência em processos e investimentos em tecnologia e marketing estratégico, buscam oportunidades incansavelmente. As empresas experimentam sempre o equilíbrio dinâmico, similar a andar de bicicleta – se você parar, o chão te espera. Além de estar em movimento, há que se fazer malabarismo mantendo o olho na concorrência para não sermos ultrapassados.

A TV Digital iniciou com sistemas de alta potência e antenas complexas, passando a médias potências e complexidades moderadas de sistemas irradiantes. Hoje, a realidade é a de baixo custo, simplicidade de projeto, antenas banda larga e sistemas compartilhados. Os custos super otimizados, entregas rápidas e condições comerciais inimagináveis, porém, sem perder de vista a futura geração de TV Digital, a TV 3.0, cujos testes devem acontecer entre o final deste ano e o início de 2022, cuja avaliação subsidiará as especificações da nova geração.

Parece utopia pensarmos já nessa nova geração de TV, com integração maior entre diferentes mídias, alta capacidade de dados, granularidade de estações retransmissoras de baixa potência e antenas de transmissão complexas e adaptativas. Ou, ainda, em receptores com alta complexidade de processamento, adaptativos, integrados a outros dispositivos e com inteligência artificial.

Mesmo assim, relembremos dezembro de 2007, quando inaugurávamos as primeiras transmissões de TV Digital em São Paulo. Quatorze anos terão se passado em dezembro deste ano e estaremos a um passo de completar a digitalização. Certamente, a nova geração de TV conquistará seu lugar muito mais rapidamente, tanto pela evolução tecnológica quanto pela própria necessidade de acesso à informação que todos já incorporamos em nosso dia a dia. E as emissoras de rádio, sempre presentes e cumprindo seu nobre papel, seguirão cobrindo o país de forma eficiente na distribuição das informações, com a agilidade que lhe é peculiar.

Deixe um comentário

Your email address will not be published.