Existem diferentes modelos comerciais para atender aos requisitos exclusivos de uma organização.
Por Christopher Deas, Gerente de Produtos de Controle de Qualidade (QC) da Telestream
Editado por conselho editorial do TOP C-Level
Nesta nova era impulsionada pela tecnologia, na qual os consumidores podem acessar e desfrutar da mídia em uma vasta gama de plataformas, o controle de qualidade (QC) baseado em arquivos é fundamental para manter a melhor imagem e áudio possíveis.
Do ponto de vista do espectador, uma má qualidade desses recursos representa um forte motivo para assistir a outra coisa. Do ponto de vista comercial, isso pode implicar a rejeição do conteúdo, por não atender aos padrões estabelecidos. Para complicar ainda mais as coisas, os formatos de distribuição continuam evoluindo junto com os padrões de qualidade, ou seja, importa se o arquivo está formatado corretamente; se ele será reproduzido sem falhas; se as legendas, os níveis de áudio, e os marcadores de anúncios SCTE 35 estão presentes, corretos e dentro dos limites. Fora isso existe ainda requisitos legais que se aplicam regionalmente em todo o mundo.
Os fluxos de trabalho de QC certamente percorreram um longo caminho desde os dias em que os revisores especializados ficavam o dia inteiro assistindo ao conteúdo em um monitor de referência de estúdio de broadcast, calibrado por cores, obcecados com a qualidade.
Um dos objetivos dessas mudanças é garantir uma mídia rica e nítida, mas ela também deve cumprir com os requisitos técnicos e legais especificados pela emissora ou prestador de serviços.
Controle de qualidade na saída, controle de qualidade na entrada
As empresas de pós-produção devem verificar seu conteúdo antes de enviá-lo para emissoras, provedores, plataformas de VOD, etc. Cada cliente certamente terá requisitos técnicos e legais exclusivos. O não cumprimento dos requisitos pode resultar em rejeição e multas, além do custo adicional de reprocessar internamente a mídia. As falhas ou rejeições repetidas podem comprometer contratos futuros.
Os provedores de serviços e emissoras também devem verificar o conteúdo recebido de todas as fontes para garantir que estejam começando com arquivos de alta qualidade, conferindo se seguem a mesma conformidade técnica e legal, se certificando que os arquivos poderão ser reproduzidos em seus sistemas. Para o conteúdo recebido, eles também podem verificar a presença de marcadores publicitários, pois são essenciais para monetizar com sucesso suas transmissões OTT.
Embora alguns aspectos do controle de qualidade sejam subjetivos, é útil empregar uma solução objetiva de QC automático que suporte uma classificação MOS (Mean Objective Score) sem referência, uma forma de medir a qualidade de acordo com os sistemas de pontuação da ITU. Isso fornece uma verificação geral da qualidade perceptiva, e permite a identificação de problemas com base no sistema de visão humana.
Mais de uma ferramenta para a tarefa
Em muitos casos, um operador especializado ainda deve realizar, manualmente, uma verificação final da qualidade da imagem e do áudio, principalmente em conteúdo de alto valor. Para essa tarefa, será necessário um player de mídia com precisão de quadros que possa se integrar facilmente a um monitor de broadcast calibrado em cores. O software de QC deve ser capaz de se integrar com um player, para que as falhas sejam identificadas automaticamente na linha do tempo do player.
Um player comercial de alta qualidade reproduzirá qualquer formato de mídia e analisará metadados, códigos de tempo, níveis de áudio e legendas. Como seres humanos não têm a capacidade de verificar a conformidade das especificações técnicas, ou de lidar com grandes volumes de conteúdo, a maioria das empresas sentirá a necessidade de ter mais de uma ferramenta de QC.
Um fluxo de trabalho com controle de qualidade robusto e previsível requer uma aplicação, ou serviço de QC automático, baseado em arquivos que possa verificar arquivos grandes muito mais rápido do que os operadores manuais, e ainda precisa funcionar 24 horas por dia.
Uma solução de QC automático se torna muito boa para verificar a sintaxe detalhada de um arquivo junto com muitas verificações objetivas, como níveis de vídeo e áudio, pixels mortos, quedas e problemas de mídia offline. Todas essas verificações devem poder ser executadas no maior número de formatos, como ProRes, J2K, DNxHD, DPX, OpenEXR e IMF.
O aumento da complexidade com formatos de entrega modernos, como o IMF, pode representar um desafio significativo para o QC baseado em arquivos. Agora é necessário confirmar que um “pacote” contém todo o conteúdo especificado no manifesto, garantindo ao mesmo tempo que todos os componentes “essenciais” (vídeo, áudio, metadados) sejam compatíveis e de qualidade aceitável. O QC automático é realmente a única maneira de verificar com eficiência pacotes complexos IMF.
Local ou Remoto?
Quando se trata de QC manual, existem duas abordagens: local e remoto. Em uma situação local, o player tem acesso direto ao arquivo fonte. Ele pode ser reproduzido em um monitor de computador, ou através de um cartão de saída, em um monitor de referência para visualização e avaliação especializada. Embora existam players de código aberto gratuitos, eles geralmente têm limitações, como a perda de quadros, e podem utilizar codecs não aprovados. Eles tendem a se concentrar em reproduzir a mídia a todo custo, e isso pode significar não reproduzi-la corretamente.
Um player remoto, mesmo para arquivos muito grandes e de nível profissional, se torna necessário quando um arquivo não está disponível localmente. Se a mídia for armazenada de forma remota, e você precisar revisá-la imediatamente, um player remoto é inestimável. Um player remoto economizará o tempo (geralmente pode ser horas) e o custo de baixar arquivos grandes ou transcodificar o conteúdo em versões proxy para revisão. O player de mídia deve ser extensível, por meio de plugins ou APIs, para que possa ser facilmente integrado aos fluxos de trabalho existentes.
Quando se trata do processo de controle de qualidade, as organizações devem ter a opção de executar o QC em uma nuvem pública, em uma nuvem privada, ou em seus próprios servidores. Idealmente, um serviço de QC deve ser executado onde quer que a mídia esteja localizada, obtendo o melhor desempenho e o menor custo operacional. O download de um arquivo master de vários gigabytes para QC poderia levar horas, para não mencionar as taxas de download, se ele vier de uma nuvem pública.
Ao considerar a execução de um serviço de controle de qualidade na nuvem, muitas aplicações de QC de primeira geração foram projetadas para servidores locais, e desenvolvidas para funcionar no sistema operacional Windows. Embora elas possam ser “levadas” para a computação em nuvem, estão longe de ser uma solução ideal.
Um serviço moderno de controle de qualidade nativo da nuvem deve ser baseado em uma arquitetura de contêiner, rodando no sistema operacional Linux, e suportando um fluxo de trabalho escalável. Isso permite tempos de implementação mais rápidos e reduz os custos, oferecendo um modelo de negócios “pay-as-you-go”mais atraente. Um serviço de QC baseado em nuvem também é a melhor solução para lidar com picos repentinos de demanda e para operações menores com requisitos de capacidade imprevisíveis.
Humanos e máquinas trabalhando juntos
Qualquer sistema de QC automático conservador pode produzir uma série de falsos positivos. Nesses casos, é melhor recorrer a um espectador “humano” especialista que possa decidir se essas são falhas genuínas que requerem correção, ou talvez uma decisão editorial intencional. Por exemplo, um longo período de tela preta e silêncio pode ser uma falha legítima, ou uma decisão criativa.
Um sistema de QC bem projetado deve ser capaz de fornecer uma lista de códigos de tempo para o operador revisar, permitindo que ele veja apenas as seções em questão, em vez de todo o arquivo.
Somente deixando que os seres humanos e as máquinas façam o que cada um faz de melhor, poderemos alcançar a máxima qualidade e eficiência.
Conclusão
Há muitos tipos diferentes de aplicações e serviços de controle de qualidade disponíveis. Dependendo da posição de uma organização no processo de criação e distribuição de mídia, podem ser necessárias verificações de QC na mídia de origem, bem como na mídia processada.Com o aumento do número de empresas que colocam os arquivos master na nuvem, os serviços de QC remotos que operam onde a mídia reside se tornaram cruciais para manter a eficiência e o baixo custo.
Embora alguns aspectos do controle de qualidade sejam objetivos, é útil empregar uma solução de QC automático que suporte uma classificação MOS (Mean Opinion Score) sem referência. Isso fornece uma verificação geral da qualidade perceptiva e permite a identificação de problemas – dentro do conteúdo – com base em nossa compreensão do sistema visual humano.
Qualquer solução de QC deve suportar operação nativa na nuvem, bem como operação independente dela, para que possa funcionar em qualquer infraestrutura de computação em nuvem pública ou privada. Para muitos clientes, ter métodos de controle diferentes, como APIs e SDKs para desenvolvedores, além de uma GUI flexível para operações manuais rápidas, também é vantajoso.
Uma solução abrangente de controle de qualidade baseada em arquivos deve oferecer diferentes modelos comerciais para atender aos requisitos exclusivos de uma organização. Isso inclui aplicações independentes, SaaS baseado em nuvem e APIs para desenvolvedores que criam suas próprias soluções específicas.
Deixe um comentário