Playout e gerenciamento de conteúdo com qualidade profissional usando a nuvem
Jurandir Pitsch, VP de Vendas para América Latina e Caribe da SES, escreve com exclusividade para o Top C-Level sobre como enfrentar os desafios da radiodifusão

As emissoras de televisão e provedores de conteúdo para a TV paga estão sob pressão crescente para entregar mais com menos recursos. Com o crescimento de assinantes estagnando em face à concorrência implacável e com as receitas de publicidade desacelerando para se recuperar no pós-pandemia, a busca é por novos modelos que possam, de forma econômica, ampliar a oferta, lançar novos serviços e alcançar novos públicos em uma era de baixo investimento de capital.

A última década foi de mudanças sísmicas para a indústria de conteúdo e de transmissão de vídeo.  Da ascensão inexorável das plataformas OTT aos anunciantes que buscam maximizar seu retorno sobre o investimento, a ascensão da visualização em várias telas e a importância crescente do vídeo móvel, o conteúdo agora precisa ser entregue a todos os dispositivos e locais, com o público esperando um serviço disponível em qualquer lugar e em qualquer tela com conteúdo de alta qualidade e experiências de visualização superiores.

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Na verdade, o ritmo da mudança também está acelerando, deixando os radiodifusores se perguntando como eles podem se manter atualizados com as novas tecnologias, reduzir a complexidade e os custos em sua organização e lançar os serviços adicionais que seus clientes exigem cada vez mais. Tudo isso é definido no contexto da indústria em transição, e cada vez mais em busca de soluções baseadas em nuvem.

O playout  sempre esteve no centro da infraestrutura das emissoras e é a chave para seu fluxo de receita. Tradicionalmente,  isto tem sido feito com servidores dedicados,  localizados junto ao centro de produção. E existem boas razões para tanto. Esta arquitetura é muito confiável – a maioria usa sistemas redundantes e até tridundantes – e a resposta do sistema também é muito alta, já que o conteúdo e o player estão no mesmo local físico. 

Mas, o playout local também tem algumas desvantagens, entre elas: 
  • É um processo de capital intensivo, necessitando de servidores dedicados e licenças de software que constantemente requerem atualização; 
  • Requer uma equipe dedicada de especialistas em TI para fazê-lo funcionar, especialmente em um mundo de constantes ameaças de segurança de TI; 
  • Se o servidor de playout e o teleporto, ou instalação que distribui o canal,  estiverem distantes geograficamente, será necessário implantar fibra dedicada ou MPLS para a distribuição, o que normalmente é caro e toda a disponibilidade do sistema depende da qualidade desses links;
  • Em caso de desastre natural, este sistema também apresenta fragilidade, pois independente da redundância, se o site ficar inativo, todo o sistema irá cair. Para evitar isso, um site de recuperação de desastres deve ser construído, duplicando os investimentos, licenças etc.

Um método alternativo é usar sistemas de playout remotos. Eles ainda contam com servidores dedicados, mas normalmente estão localizados no Centro de Distribuição (como um teleporto para subida no satélite). Nesse caso, o conteúdo é enviado pela Internet e o playout é controlado remotamente pelo cliente. Mesmo se a conectividade com a Internet falhar, o sistema continuará a funcionar (apenas não pode ser atualizado com novo conteúdo).

Uma nova opção está se tornando mais acessível e confiável: usar a nuvem para implementar o playout.

Inicialmente, as empresas o consideravam apenas para recuperação em caso de desastres ou para introdução de novos canais (para localização ou para novas mídias, como OTT linear), mas, agora, está se tornando mais uma opção também para o sistema principal. As principais vantagens de um playout na nuvem são:

  1. Menos capital intensivo. Não há necessidade de especificar, comprar e configurar servidores dedicados;
  2. Não há necessidade de pessoal interno de TI (e segurança de TI) para cuidar das operações, manutenção e atualizações constantes de software;
  3. Maior escalabilidade para expansão. A criação de canais adicionais, ou versões de canais existentes para diferentes mercados, pode ser feita em questão de dias;
  4. Inerentemente mais seguro, uma vez que os provedores de nuvem já possuem estratégia de recuperação de desastres e o tráfego se moveria de um site para o outro em caso de falha de um site específico;
  5. Canais pop-up podem ser criados para eventos específicos (esportes ou outros) por um curto período de tempo (um mês, por exemplo), muitas vezes com o clique de um botão. Nenhum contrato de longo prazo é necessário;
  6. É mais fácil criar versões para novas mídias, como streaming, pois o sistema já está na nuvem;
  7. Também é mais fácil compartilhar o sistema entre diferentes parceiros. Se o conteúdo está sendo fornecido por regiões ou parceiros diferentes, todos têm acesso para fazer upload do conteúdo de maneira direta e segura para a nuvem.
Existem duas estratégias para iniciar uma implementação na nuvem:

1. Desenvolver seu próprio sistema.

Tentar mover as licenças de software dos servidores dedicados  para os servidores em nuvem. Essa não é, entretanto, a melhor abordagem. Os softwares que rodam em servidores dedicados não são otimizados para a nuvem pois possuem todo o poder do servidor à sua disposição, utilizando muito poder computacional, normalmente desnecessário. O playout nativo, desenvolvido para a nuvem, usa menos processamento e, como os provedores de nuvem cobram pelo tempo de processamento, eles se tornam mais econômicos além de, normalmente, ter um desempenho melhor e mais estável. Além disso, pode levar meses de desenvolvimento para implementar, otimizar e testar um playout na nuvem, incluindo o teste de toda a segurança necessária para executá-lo sem riscos.

2. Usar um provedor de serviços de playout em nuvem, como a SES.

A SES fornece playout remoto para clientes há vários anos e opera centenas de canais (tanto em playout remoto quanto em playout totalmente gerenciado em suas instalações na Europa e no Oriente Médio). Com isto, ganhamos a experiência necessária  para prover o serviço de ponta a ponta. Um playout na nuvem requer vários outros softwares para funcionar, formando um ecossistema gerenciado e seguro. São necessários sistemas de acesso controlado para upload de conteúdo, como gráficos, legendagem de versões de áudio etc., flexibilidade para aceitar ou converter diferentes formatos de vídeo e também uma forma de tirar o conteúdo da nuvem, ou seja distribuir canais em diferentes formatos, como fluxo de transporte para um satélite ou up-link de fibra ou streaming de IP com perfis diferentes. Além disso, um elemento importante é como monitorar todo o processo e certificar-se de que todas as partes estão funcionando perfeitamente, assim como ser capaz de solucionar os problemas rapidamente, caso aconteça algum imprevisto. O diagrama abaixo mostra de forma simplificada os vários elementos necessários na implementação de um playout na nuvem. 

Serviços SES de Playout na Nuvem 

As soluções de playout em nuvem da SES permitem que as emissoras e empresas de mídia criem novos canais de TV com mais rapidez e economia do que nunca, sem a necessidade de investimentos em infraestrutura. A SES lida com todo o processo,  reduzindo a complexidade e aumentando a eficiência.

Nosso playout baseado em nuvem fornece uma infraestrutura virtualizada para playout de transmissão e fornece aos usuários uma grande agilidade no lançamento de um novo canal, escalabilidade de serviço, além de flexibilidade de parâmetros técnicos e comerciais, incluindo base de custo opex.  Caso o usuário queira criar novos conteúdos para streaming, o cloud playout é o melhor meio, porque os sinais já podem ser criados no formato adequado para a distribuição via CDN. 

Os exemplos de casos de uso incluem:

• Canais de TV 24 horas por dia, 7 dias por semana;

• Versões localizadas de canais de TV, ou seja, canais para determinadas regiões geográficas, que tenham diferenças de horário, conteúdos ou publicidade;

• Canais pop-up flexíveis ou de uso ocasional;

• Continuidade de negócios e recuperação de desastres.

Oferecemos nossas soluções de playout na nuvem em duas modalidades: um sistema totalmente gerenciado, no qual assumimos total responsabilidade operacional pelo gerenciamento do canal, ou em um modo autogerenciado, no qual o próprio usuário, através de acesso remoto, via interface web, gerencia as várias etapas do processo operacional, como agendamento, publicidade e inserções de programação ao vivo.

Também trabalhamos com as principais empresas de nuvem do mundo, incluindo parcerias de alto nível com Microsoft Azure, AWS e outros, para garantir o fornecimento de um serviço agnóstico em nuvem, totalmente escalonável e totalmente resiliente.

A palavra-chave aqui é escolha. Não é um ecossistema fechado. Permitimos que as emissoras usem os serviços que desejam nas plataformas em nuvem que desejam, possibilitando que mudem e desenvolvam a combinação resultante de componentes de fluxo de trabalho virtualizados conforme seus planos e ambições mudam.

Por Jurandir Pitsch
VP de Vendas para América Latina e Caribe da SES

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