Por Redação Top C-Level
Há uma preocupação crescente sobre como o streaming de vídeo contribui para o aquecimento global. Além dos apelos constantes de governos, instituições científicas e agências da Organização das Nações Unidas (ONU) com alertas sobre as terríveis consequências do excesso de emissões de gases de efeito estufa, faz-se necessário um ajuste geral em relação à redução de consumo de energia e emissão de carbono, não importa o quão pequeno seja seu poder de contribuição para o problema em si.
De acordo com a Agência Internacional de Energia, 72% da energia consumida no streaming é atribuível aos dispositivos do usuário, 23% à transmissão e 5% ao processamento no data center. Isso significa que uma grande parte do consumo energético do streaming está nas mãos dos usuários (dispositivos). Porém, isto ainda deixa um grande pedaço de 28% – pouco mais de 0,6% das emissões globais de gases de efeito estufa – onde os provedores de serviço ainda podem fazer muito.
É importante salientar que estes 28% sob controle dos provedores vão crescer e se tornarão uma parcela cada vez maior do total, à medida que novos formatos e tendências de uso exigirão cada vez mais energia para codificação e armazenamento em caches de CDN.
De acordo com descobertas recentes produzidas pela BBC, a Internet é responsável por cerca de 3,7% das emissões globais de gases de efeito estufa. Isso é semelhante às contribuições da indústria global de companhias aéreas. Dessa fatia, o streaming de vídeo, com cerca de 60% de todo o tráfego da Internet, é um grande contribuinte para a parcela total.
Enquanto muitas outras atividades que consomem energia contribuem para a emissão de carbono da indústria de mídia e entretenimento, o impacto do carbono do aumento global no streaming de vídeo ganhou a atenção da mídia. Como mostra a pesquisa conduzida pela Netflix, a necessidade de agir é clara:
“Uma hora de streaming no Netflix em 2020 (…) [é] equivalente a dirigir um veículo de passageiros movido a gasolina por 400 metros. Esses resultados são consistentes com os de nossos pares e validados por nosso grupo de consultoria independente”, afirmou Emma Stewart, Diretora de Sustentabilidade da Netflix.
Curiosamente, esse dado não inclui a energia consumida pelas redes de entrega de conteúdo (CDNs) que a Netflix usa. Com 204 milhões de assinantes gastando em média duas horas por dia assistindo ao serviço, a métrica sugere que a visualização global anual do Netflix é igual à emissão de carbono de 60,8 bilhões de quilômetros percorridos por um automóvel de passageiros.
Dados os fatos, pensar em escolher uma tecnologia de transcodificação e streaming que possa reduzir a emissão de carbono na distribuição de conteúdo é uma decisão óbvia para qualquer empresa que transmite vídeo, seja para o público em uma escala global ou regional. Os benefícios são nítidos: redução de emissões de carbono, economia significativa nos custos de energia, hardware e economia no consumo de dados.
Pensando desta maneira, fica fácil entender como o controle de emissões de carbono pode ser associado diretamente à saúde financeira no negócio de streaming. Para se ter uma ideia de como a escolha correta pode fazer a diferença (conforme ilustrado na Figura 1), a combinação dos transcodificadores TITAN com a plataforma NEA da ATEME oferece economia de energia de ponta a ponta superior a 60% em relação às normas anteriores da indústria.
É nítido que temos vivenciado a mudança contínua da TV paga tradicional para os serviços de streaming. Um recente relatório de pesquisa da Digital TV Research projeta que as receitas anuais da TV paga cairão de U$ 173 bilhões em 2020 para U$ 143 bilhões em 2026. No lado do streaming, a mesma pesquisa prevê que a receita gerada pelos serviços SVOD e AVOD chegará a U$ 210 bilhões em 2026, quase dobrando o total de U$ 106 bilhões alcançado em 2020.
A Figura 2 mostra a tendência de OTT vs. assinatura de TV paga nos EUA, que é líder mundial neste fenômeno de transição de TV Paga tradicional a OTT (denominado “cord-cutting”). Mesmo nos Estados Unidos, a julgar pelos números da Digital TV Research, o mercado OTT não está nem perto da maturidade, com receitas esperadas saltando de U$ 42 bilhões em 2020 a U$ 88 bilhões em 2026.
Globalmente, a quantidade de tempo que os espectadores passam assistindo a streamings de vídeo apresentou um crescimento de 36% do primeiro trimestre de 2020 para o primeiro trimestre de 2021, conforme monitorado pela Conviva. O aumento foi astronômico em algumas regiões, incluindo América do Sul (240%), África (149%) e Europa (122%).
À medida que os consumidores mudam para serviços de vídeo streaming, a TV conectada está emergindo como a plataforma dominante. De acordo com a Conviva, a visualização nestas plataformas (incluindo Smart TVs e decodificadores), foi responsável por 73% do tempo de visualização de vídeo no primeiro trimestre de 2021, ante 71% no ano anterior.
A Cisco prevê que, em 2023, haverá 3,2 bilhões de Smart TVs em operação em todo o mundo. Estas tendências estão elevando o tráfego de dados na internet a níveis inimagináveis. O aumento na quantidade de tempo que vários usuários de banda larga estão assistindo streaming de vídeo – somado à grande largura de banda necessária para entregar vídeos para uma Smart TV – está impactando profundamente o tráfego de dados na internet (Figura 3).
Claramente, os provedores de serviços de vídeo têm muito a ganhar com a adoção de “estratégias verdes”, não somente do ponto de vista social, mas também considerando o grande benefício de redução de custos alcançados com a adoção de medidas para minimizar o impacto das emissões de carbono na distribuição de conteúdo.
Este fenômeno pode ser claramente percebido por meio do uso de tecnologias focadas na redução de energia incorporadas na solução ATEME Green Delivery. Conforme ilustrado na Figura 1, os encoders da ATEME usados para processar conteúdo HD em 2021 consomem energia a uma taxa de 29 megawatts-hora (MWh) por 100 serviços anuais, representando uma redução de 61% em relação à média do mercado em 2018.
Ao longo de três anos, os encoders ATEME alcançaram uma redução de 61% no consumo de energia em relação à média do mercado. Se considerarmos, além dos encoders, também toda a linha de produtos NEA da ATEME (CDN, Origin& Packager, Storage), a redução de consumo de energia atinge 67% no mesmo período. Mas como a ATEME conseguiu obter uma economia tão grande no consumo de energia de seus codificadores? Existem muitos aspectos para isso: desenvolvimento de novos codecs, utilização de CPUs de baixo consumo, processamento paralelo, inteligência artificial, micro-serviços, entre outros.
Para ter mais informações sobre este e outros assuntos relacionados à distribuição de conteúdo na internet, visite o site da ATEME: www.ateme.com.
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